Sheila Nassar e os 8 CS da força F no turismo
Meu nome é Sheila Nassar. Tenho 27 anos de profissão, 43 de idade, 16 de empresária, 7 como esposa e quase 6 como mãe.
Comecei como jornalista entrevistando, entre outros, grandes nomes da música de hoje, quase desconhecidos no passado, como o Skank, Cidade Negra; e alguns clássicos como A-HA e Tears For Fears. Aos 20 anos, mais de 40 entrevistas constavam no meu currículo, mas uma das minhas paixões sempre aparecia como pauta preferida: o turismo.
Alguns anos depois gerenciei a área de marketing de uma multinacional de telecomunicações por 4 anos, quando fiz parte do grupo de empresários e marketeiros que trouxe o celular pré-pago ao Brasil. Fui assessora de imprensa e gerente de eventos também. Depois disso, fundei em 2001 minha própria empresa, a Vertebratta, que atua em publicidade, marketing e assessoria de imprensa para o mercado de turismo desde então. Hoje temos a conta do Destino Canadá, a empresa de transportes férreos VIA Rail Canada, o Aeroporto de Vancouver (YVR), Advantage Austria, entre outros. Fomos agência da Air Canada por 10 anos e vivemos muito a história desse mercado nesses 16 anos de empresa.
Foi com muita honra que recebi o convite da TRAVEL3 para escrever sobre o tema A Força da Mulher no Turismo. Começo por honrar tanto esta excelente e conceituada publicação do mercado, quanto minha irmã, Magda Nassar, que vejo lutar tanto pelo turismo, como por suas mulheres, por tantos anos. E a todas as mulheres – e aos homens respeitosos que as rodeiam, que trabalham, vivem e usam seus serviços.
Oito é meu número preferido. É o dia da mulher – e da minha luta constante para estabelecer a igualdade entre gêneros em todos os ambientes de trabalho em que estive – e dentro de casa. Mas também é o dia do nascimento do meu afilhado e do meu filho. É meu número da sorte e da abundância. Duas coisas que sempre caminharam juntas. É símbolo numérico do infinito: que para mim é a vida.
Em uma brincadeira (muito séria) do meu lado moleca, estabeleci 8 forças principais para descrever a mulher no turismo, todas começando com a letra do país que tanto ensina – a mim e ao mundo – como o lugar do feminino em todas as coisas é essencial para o equilíbrio social: o Canadá.
1- Cuidado
Trabalhar com turismo, em qualquer parte da cadeia de serviços que formam o mercado, é cuidar. Do sonho do outro, do seu bem estar, da sua segurança, do evento que é a viagem. Quem cuida, ama turismo. Quem é só turista, ama viajar. Entender o momento do outro, seu desejo. A empatia rege os relacionamentos do turismo, seja entre colegas de trabalho que precisam de compaixão mútua para lidar com tanta pressão e riscos, seja entre o viajante e o vendedor de viagens. Entender o outro, colocar-se no lugar dele e ser compassiva com suas dúvidas, alegrias e desejos é uma arte de quem é bom neste mercado.
2- Comprometimento
É um ciclo infinito entre todos os profissionais do mercado, os serviços e o viajante, quem não tem, ou não viaja ou não vende.
3- Conhecimento
Este é um mercado em que com certeza, quanto maior é a experiência, menor é o erro. É necessário saber de geografia, história, fusos horários, temperaturas médias, etc, etc e ainda um pouco de psicologia. E quem está só começando que já saiba: estude, e muito.
4- Conexões
Podem existir milhares de profissionais nesta área, mas este é um mercado minúsculo. Suas conexões positivas com certeza vão te ajudar um dia. E as portas que você fechou dificilmente se abrirão novamente. Manter o network saudável é a sobrevivência certa no turismo.
5- Coração
Ame ou deixe-o. O turismo é feito de muita paixão. Não é um mercado fácil, não é dos que pagam melhor, é comumente desvalorizado nos orçamentos públicos – apesar de gerar tantos valores culturais e financeiros. É preciso amar muito para sobreviver, e querer, manter-se nele.
6- Coragem
O turismo é feito de riscos. Da comunicação de um roteiro à efetivação dele. Arrisca-se todos os dias. Tudo pode dar certo e muito pode dar errado. Até a natureza pode jogar contra. É preciso MUITA coragem para lidar com toda essa gama de variáveis.
7- Carisma
Quem está no turismo, por todas as razões anteriores, ou tem carisma, ou sucumbe. Não é possível agradar gregos e troianos, mas ser um bom comunicador, e agradável, é uma exigência em todos os níveis. Como seria possível o contrário?
8- Companheirismo
O trabalho em equipe, as risadas e as crises do dia a dia. Estamos em um só barco indo para destinos diferentes mas remando juntas para o mesmo objetivo: que tudo saia bem para todos.
A necessidade de ser muitas ao mesmo tempo é tão nossa que não há nada de incomum em sermos a maioria desse mercado.
Parabéns por sermos, no mínimo, 8 em uma!
http://www.travel3.com.br/noticia.php?-13988
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